sábado, 19 de maio de 2012

Sobre o Judiciário e a (in)justiça...


Não canso de dizer que as melhores experiências que eu vivo são proporcionadas pelas pessoas que encontro ao longo da grande jornada que é a vida.

Assim sendo, tempos atrás tive a oportunidade de conhecer um senhor o qual, com o passar das horas e dos dias e das conversas etc., tornou-se um amigo.

Sua história, como a de muitos brasileiros que conhecemos, é cheia de lutas, conquistas e derrotas... mas o que me encanta é a consciência dele em relação a cada momento pelo qual passou – e da importância de cada um deles na construção do que ele é hoje (Um homem de virtudes e princípios sem igual). A vida já deu tanto nele que nada mais o derruba... assim acreditava ele e eu.

Mas ai, há dez dias, o filho dele de 18 anos foi preso por um suposto envolvimento num assalto (um boné e um celular foram tirados de um outro jovem por um menor... por estar perto foi detido pela PMMT na qualidade de co-autor). Detalhe é que nenhuma vítima o reconhecera como autor, sequer os verdadeiros criminosos apontam qualquer tipo de participação do mesmo no evento.

Mas de todos os reais envolvidos... adivinhem quem ainda está na prisão?

Não estou aqui desmerecendo a dor das vítimas, tampouco fazendo apologia ao crime, pelo contrário. Mas os termos da decisão judicial que mantém o garoto (que nunca teve envolvimento algum com crime qualquer que seja – ao menos nada está registrado em nome dele - ) foram demasiado pesados para mim.

Em um trecho o douto magistrado alega que não obstante o réu ser primário, não ter nenhum antecedente que o desabone e blá blá blá, por estarem presentes os requisitos legais deve ser convertida a prisão em flagrante em prisão preventiva (e assim vai o garoto passar uma temporada em convívio com criminosos de toda a estirpe).

O magistrado argumenta que tal providencia é imperiosa para não nutrir na sociedade uma sensação de injustiça!

GENIAL!!!!! Se não fosse ridículo...

E o que são os milhares de políticos que vilipendiam nossa educação, segurança, saúde ao “roubar” milhares de milhões dos cofres públicos? Que tiram onda diuturnamente da nossa cara, por saber que o judiciário nada fará contra eles? Será que isso não transmite a nós uma verdadeira e insuportável sensação de INJUSTIÇA, de IMPUNIDADE?

Sei que não cabe a esse Magistrado o julgamento dos políticos das manchetes de jornais... mas cabe a ele sim empregar o bom senso em cada decisão. Não seria melhor chamar o garoto no gabinete e buscar uma solução mais humana para o caso? Ao confirmarem a inocência desse garoto o que farão para reverter o quadro? O “Cadeia Neles” vai dedicar o mesmo tempo que usou para dizer que o garoto tratava-se de mais um vagabundo para se desculpar e apontar para a sociedade que ele é inocente?

Para nós a vida segue... para a família, para o meu amigo e seu filho, nada será como antes, a não ser a latente sensação de INJUSTIÇA!


5 comentários:

LARISSA LIRA TOLLSTADIUS disse...

Lastimável. Falta amor... falta humanismo.

Luiz C Tollstadius (MicoLeãoDourado) disse...

Existiriam centenas de alternativas para esse caso. Cabe buscar um advogado e com essas alegações buscar converter a penalização por uma mais justa e adequada.

Mas podemos começar um abaixo assinado, caso vc inicie, acredito q muitos blogueiros apoiaram. Eu apoio.

Crie um baner e uma proposta, um slogam, faça valer seu senso de justiça. Muitos podem ajudar nisso.

Mike Tison - FREE!

Luiz C Tollstadius (MicoLeãoDourado) disse...

Muitos blogueiros apoiariam!

André Barcelos disse...

Concordo, Larissa!

André Barcelos disse...

Quadro Negro, procurei a Defensoria publica aqui do Mato Grosso e eles já entraram com um pedido de revogação da preventiva. A resposta deve sair ate Terça próxima. Caso ela seja negativa, seguirei teu conselho e já conto com o teu apoio.

Abraços